domingo, 2 de agosto de 2009

caso de estudo


Olivier Messiaen, (1908-
1992) compositor, organista e ornitólogo francês,
foi feito prisioneiro de guerra pelos nazis em 1940. Na prisão, devido à necessidade urgente de se fazer útil e evitar/adiar a morte, compôs uma peça para os únicos músicos/instrumentos existentes no cárcere: piano, violino, violoncelo e clarinete.

A peça foi composta propositadamente para os instrumentos disponíveis e em razoável estado de utilização, tendo igualmente em atenção as competências específicas dos músicos, também prisioneiros e companheiros de infortúnio que, por um feliz sortilégio, lá se encontravam .

No dia 15 de Janeiro de 1941 foi apresentada na prisão Stalag VIII-A (Gorlitz na Alemanha, hoje Zgorzelec na Polónia), perante os carcereiros e cerca de 400 outros prisioneiros, a peça de cerca de 50 minutos “Quatuor pour la fin du temps” (Quartet for the end of time / Quarteto pelo fim do tempo).

Hoje é considerada de forma absolutamente unânime uma das mais belas e sublimes composições da música denominada “clássica” (erudita) do século XX.

Com este exemplo pretendemos apenas contribuir para o debate com um outro tipo de abordagem eventualmente interessante para quem se interesse por matérias como a Criatividade e a Inovação.

2 comentários:

  1. A criatividade tem sido atribuída a processos cognitivos, ambiente social, traços pessoais ou serependidade.
    Arthur Koestler que reclama ter desenvolvido a “Teoria da criatividade humana”, pensa que as descobertas em ciência, não criam alguma coisa do nada, antes integram ideias e factos pré-existentes. No caso, de estudo, assim parece ser. Koestler afirma ainda que todo o pensamento coerente é regulado pelas leis do jogo. Estas leis do jogo constituem aquilo a que David Bohm refere, infraestruturas de ideias e conceitos, isto é, teorias e conceitos com carimbo de aprovação da ciência “estabelecida”. Também aqui foi bem jogado.
    Importa aqui aprender a lição: Juntemos as ferramentas disponíveis e criemos, para este público algo de novo e com valor.
    Mas para quem se interessa por inovação não terá dúvidas em afirmar que o valor acrescentado à criação de “Quatuor por la fin du temps” é incalculável quer pelo rendimento pecuniário que gerou quer pela qualidade de vida de quem aprecia a obra.
    José António Baldaia

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  2. É por tais razões que António Gedeão escreveu um poema intitulado 'Tudo é foi'...

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